quarta-feira, 24 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

A AUTÊNTICA ARTE DE DEMÓCRITO BORGES

Paulo Caldas

Em mais uma oportunidade me é dada a sorte de escrever sobre a arte de Demócrito Borges. Cavaleiro andante, armado do pincel e da palheta, a percorrer vilas e feiras, canaviais e caatingas, Borges é um implacável defensor do seu único e definitivo tema: a paisagem nordestina. Fiel escudeiro do simples, sem contudo aderir ao simplório, como os versos de Cabral, os textos de Ariano, ou as músicas de Gonzaga, ele dispensa as fórmulas mais rebuscadas e leva a emoção, em traços e cores, de forma direta, à sensibilidade das pessoas que admiram suas telas. Arauto dos valores de sua terra, o artista é autêntico por inteiro. Dessa forma, consegue, como poucos, levar às telas que produz, inclusive, vestígios da personalidade agreste que possui, aliados a sonhos e desejos acalentados em si, como um céu com nuvens de chumbo que, por exemplo, paira sobre o horizonte anunciando a chuva desejada.
Mestre dos matizes, atento às minúcias de sua obra, Demócrito Borges, incessantemente, persegue a harmonia e a síntese. Para ele, na pintura como na música, não existe lugar para detalhes dissonantes. Assim nos seus quadros a concentração de elementos num espaço bem definido, é fundamental ao conceito estético de cada composição.
Seu apego à paisagem, desde que dela se contagiou pelas mãos de Rubem Sacramento, apresenta ainda um detalhe sutil da mais pura autenticidade: a recordação de imagens captadas na infância e que jamais se afastaram de sua mente. São córregos, riachos, vales e uma vegetação nativa, ora farta do mais vivo verde, ora em perfeita comunhão pictórica com os tons quentes, o ocre. Da terra e de suas vivendas de chão batido.
Seus personagens, como as imagens que recria, estão impregnados da mais absoluta verdade. São vaqueiros, lavradores, lavadeiras, homens, mulheres, meninos, animais, nos becos, nos sítios, inquietos, em contínuo movimento, em busca de esperança.

* Paulo Caldas é escritor

Contato: (81) 3491 1382 / 9900 0378

sexta-feira, 5 de março de 2010

quarta-feira, 3 de março de 2010

terça-feira, 2 de março de 2010